quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Vendetta Corsa Impressões: Renata Steffens



Fazer a Vendetta Corsa foi uma experiência totalmente diferente das que eu já havia tido como atriz, por vários motivos, como: o processo criativo, o formato da peça onde os atores estão sempre em cena e a abordagem dramática do tema. Foi como sair da minha zona de conforto. E era justamente isso que eu queria, me experimentar em coisas novas. É incrível como minhas emoções vem à flor da pele durante a peça. A trilha sonora que o Júlio criou ajuda bastante a despertar em mim a energia necessária para começar cada nova cena. Tem um momento bem especial para mim onde a música entra e logo eu tenho que falar da morte do meu filho. O que aquela música gera em mim é algo sem palavras, mesmo. Aquilo mexe comigo, a emoção vai subindo, subindo e quando eu vou falar eu me sinto imbuída por um sentimento que me faz desabar, parece que aquilo não cabe dentro de mim e transborda, me lavando em lágrimas, como uma mãe de fato no lugar talvez fizesse. Eu me sinto plena em cena ali. Apesar de triste, a cena é muito bonita. E a peça toda vai se desenhando assim. São representações das relações humanas, dos ímpetos mais primitivos do ser humano que aqui não são repreendidos, mas sim, cometidos, pode-se dizer. Dessa forma, a saga da faca corsa vai se desenrolando e os crimes vão acontecendo sob a narrativa do delegado Pimentel.

A peça exige uma tensão constante e é muito dinâmica. Os atores dependem muito uns dos outros em todas as cenas. A gente precisa de bastante concentração para ouvir os colegas e entrar no jogo na hora certa. Uma coisa que quem assistiu comentou, é que parece que os atores estão na mesma frequência, que não se nota alguém que destoa no grupo. E isso a gente sente em cena também, todos se entregam e entram no baile pra fazer a coisa valendo. A entrega é tamanha que ao final da peça o elenco fica esgotado. É como se toda a energia que eu tivesse fosse gasta ali, naqueles 45min de ação. E acho que deve ser assim mesmo.
Porque gente deve essa entrega máxima a quem saiu de casa para ir nos assistir. É como se fosse um sinal de respeito com o nosso público.

Enfim, Vendetta Corsa é uma peça que traz a beleza das relações humanas, em meio a fragilidade da vida, a revolta e ao ressentimento alheios. É uma peça que fala de morte, mas que tem muita sensibilidade envolvida, também fala de amor, de amizade. E a vida é assim, tem doce e o amargo.

Assim como a morte, que cada um lida e interpreta de uma forma, a peça é entendida por cada expectador de uma maneira. Essas são as minhas impressões, e as tuas? Venham nos assistir no Porto Verão Alegre, de 3 a 5 de fevereiro, no Teatro Bruno Kiefer, da Casa de Cultura Mário Quintana, sempre às 21h! Vai ser um prazer estar com vocês!

Renata Steffens - atriz da peça

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