sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Vendetta Corsa no PVA 2012

VENDETTA CORSA - Porque a minha ferida é mortal 
no Porto Verão Alegre 2012

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Dias 3, 4 e 5 de fevereiro. 21h. Teatro Bruno Kiefer. Porto Verão Alegre  2012.
Uma peça de Uma peça de Julio Conte
Assistente de direção: Alessandro Peres
Elenco: 
 Gabriela Boesel
 Guilherme Barcelos
 Gustavo Saul
 Ísis Teixeira
 Larissa Hoffmeister
 Leo Bello;
 Renata Steffens;

Informações sobre ingressos na página  do Porto Verão Alegre

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Vendetta Corsa Impressões: Mauricio Castro

"Um corte no âmago e nas vaidades"

A inserção no universo multifacetado de Vendetta Corsa leva o espectador ao centro de um turbilhão emotivo e lhe revela a vicissitude humana acerca de um tema primitivo: a Violência.

Contudo, a forma com que esse assunto irá se revelar foge completamente do convencional e das fórmulas óbvias. Através da ótica ácida e idiossincrática de Julio Conte, diretor de Vendetta, percorremos o caminho tortuoso dos casos passionais.

O elenco, afinadíssimo, leva essa metáfora de paixão ao nível claustrofóbico e desconcertante, o tirando de sua zona de conforto e aniquilando sua indiferença. Afinal, seus desejos de vingança, ódio e rancor, estão traduzidos nesses jovens com vestes brancas e marcas de sangue nas mãos.

A estética da violência, em sua leitura mais visceral, é reinterpretada e ganha novas nuances nas mãos do grupo (formado na)* Cômica Cultural.

Pulsante, deixará ao público um corte no âmago e nas vaidades.





Escritor








*grifo nosso

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Crítica: Antônio Hohlfeldt

Inquisição sobre a violência contemporânea


Fonte: http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=84499

A temporada teatral de Porto Alegre tem sido bastante diferenciada neste ano. No apagar das luzes, fomos presenteados pelo belíssimo e inesquecível Théâtre du Soleil; agora, assistimos a mais um Porto Verão Alegre. Mas antes do Natal tivemos ainda uma última surpresa: o dramaturgo e diretor Júlio Conte estreou e fez uma pequena temporada de seu novo texto, Vendetta Corsa, Porque a minha ferida é mortal, com um grupo de jovens atores, na Sala Carlos Carvalho da Casa de Cultura Mario Quintana.

Final de ano, imaginamos uma plateia escassa, mas que nada: o público praticamente lotava a sala, o que é muito bom para o ritmo do trabalho, sobretudo no caso de jovens intérpretes.

Júlio Conte parte certamente, de sua experiência de psicanalista para a constituição deste novo texto. Com ele, o dramaturgo dá seguimento às pesquisas que vem realizando em torno da violência na sociedade contemporânea. Neste caso, ele monta um espetáculo de pouco menos de uma hora de duração, com histórias paralelas e fragmentadas, cujos segmentos são apresentados alternada e sucessivamente, cabendo ao público acompanhar a cena para completar os enredos e entender seus desenvolvimentos. De modo geral, são histórias de paixões - com o que Conte volta àquela matéria-prima que desde os gregos tem animado a arte: as desmedidas e desequilíbrios dos seres humanos em situações limites.

O espetáculo é bastante simples em sua cenografia, com alguns baldes distribuídos no espaço cênico. A reiterada menção à água evidencia que o trabalho é pensado enquanto uma espécie de purgação, segundo a lição antiga de Aristóteles. Os figurinos também são simples: camisetas brancas, manchadas de vermelho-sangue, com os atores caracterizados pela marca de Caim em suas mãos. Cada um cometeu algum crime e as revelações em torno do contexto de cada situação constituem o espetáculo propriamente dito, desenvolvido em flash backs.  

O elenco é jovem, como se disse, e isso logo aparece, na medida em que eles, querendo enfatizar a dramaticidade das situações, gritam, ao invés de trabalharem as entonações. Contudo, com o desenvolvimento do trabalho, a naturalidade vai sendo alcançada e o espetáculo se encerra num bom nível, com rendimento equilibrado e, sobretudo, uma consciência de trabalho coletivista, que é muito importante.

É importante o trabalho que Conte vem desenvolvendo com esses jovens intérpretes, revelando artistas e vocações e, ao mesmo tempo, aprofundando a discussão em torno de temas que o interessam diretamente. É provável que, a exemplo dos espetáculos anteriores a que já assistimos, o diretor e dramaturgo retorne à cena ao longo da próxima temporada, ou mesmo agora, durante o período de verão, permitindo amadurecimento de seu conjunto.

A morte - sob o aspecto do assassinato - externa uma perspectiva de violência e de inaceitabilidade da realidade, característica da sociedade contemporânea. O subtítulo - porque a minha ferida é mortal - é ambíguo, mas bem traduz o contexto contemporâneo: essa mortalidade tanto se refere a quem sofre a violência, vítima, enfim; como quem a realiza, pois a ferida mortal da expressão de violência também é destruidora em relação a quem a exercita e, na verdade, não se limita a situações individuais, como se revela uma característica da contemporaneidade: por isso, ao nível do enredo, Conte inscreve como personagem narrador um delegado de polícia que tenta ligar os diferentes assassinatos entre si, já que eles são cometidos em diferentes situações e regiões da cidade. Por trás da inquisição policial, na verdade, Júlio Conte apresenta ao espectador uma indagação filosófica sobre o sentido dessa violência dos dias de hoje.
Foto: Thiago Tavares

sábado, 14 de janeiro de 2012

Uma Vida Dentro Do Teatro

Estou surpreso comigo. No Porto Verão Alegre deste ano estou numa atividade que me impressiona. Estamos a poucos dias do inicio do festival mais popular do sul do Brasil, feito por uma comunidade artística engaja numa relação dialógica mais intensa com o público, e me dou conta que estou em cartaz desde o primeiro dia de festival. Essa Noite Se Improvisa Nelson Rodrigues, terça e quarta, A Milímetros de Mercúrio, quinta até domingo. Depois folgo (ensaio) na segunda para na terça e quarta entrar em cena novamente para mais duas apresentações do Essa Noite Se Improvisa. E na quinta entro em cena novamente com Bailei na Curva no qual retorno como ator depois de alguns anos fora do palco. Folga/ensaio na segunda seguinte para terça, quarta e quinta subir a cena com Pílula de Vatapá. Ou seja no janeiro de 2012 estarei em cena quatorze dias dos trinta em um do mês. Na primeira semana de fevereiro, Vendetta Corsa e Se Meu Ponto G Falasse. Serão seis peças em cartaz. Quando penso nisso, me dou conta que desta vez passei da conta. Ao mesmo tempo estarei expondo para quem quiser ver, um retrato de décadas de ação no palcos brasileiros. Comecei em 1977 com Chapetuba Futebol Clube, direção de Paulo Flores e no mesmo mês estreia no teatro infantil com a A Lenda do Vale de Lua. Estava no segundo ano de medicina e o primeiro no teatro. Em 1979 fiz um grupo de teatro Luz de Vela juntamente como Roberto Oliveria e Camilo de Lélis. Em 1982 saindo da escola de teatro fiz Não Pensa Muito Que Dói e no ano seguinte Bailei na Curva. Em 87 uma peça marcou a trajetória embora tenha sido meu maior fracasso, Zona Proibida. De lá para cá foram dezessete textos escritos quinze direções (será, tenho que contar), alguns comerciais de Tv, atuações no cinema, e peças de outros diretores. Foram 35 anos de atividade continua.
No Porto Verão deste anos poderemos ver um retrato deste anos, com trabalhos mais significativos desta trajetória. Bailei, 1983, Se Meu Ponto G Falasse, 1995, Pílula de Vatapá, 2008, A Milímetros de Mercúrio, 2010, Vendetta Corsa, 2011.
Já é uma história que vale a pena acompanhar.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Vendetta Corsa Impressões: Renata Steffens



Fazer a Vendetta Corsa foi uma experiência totalmente diferente das que eu já havia tido como atriz, por vários motivos, como: o processo criativo, o formato da peça onde os atores estão sempre em cena e a abordagem dramática do tema. Foi como sair da minha zona de conforto. E era justamente isso que eu queria, me experimentar em coisas novas. É incrível como minhas emoções vem à flor da pele durante a peça. A trilha sonora que o Júlio criou ajuda bastante a despertar em mim a energia necessária para começar cada nova cena. Tem um momento bem especial para mim onde a música entra e logo eu tenho que falar da morte do meu filho. O que aquela música gera em mim é algo sem palavras, mesmo. Aquilo mexe comigo, a emoção vai subindo, subindo e quando eu vou falar eu me sinto imbuída por um sentimento que me faz desabar, parece que aquilo não cabe dentro de mim e transborda, me lavando em lágrimas, como uma mãe de fato no lugar talvez fizesse. Eu me sinto plena em cena ali. Apesar de triste, a cena é muito bonita. E a peça toda vai se desenhando assim. São representações das relações humanas, dos ímpetos mais primitivos do ser humano que aqui não são repreendidos, mas sim, cometidos, pode-se dizer. Dessa forma, a saga da faca corsa vai se desenrolando e os crimes vão acontecendo sob a narrativa do delegado Pimentel.

A peça exige uma tensão constante e é muito dinâmica. Os atores dependem muito uns dos outros em todas as cenas. A gente precisa de bastante concentração para ouvir os colegas e entrar no jogo na hora certa. Uma coisa que quem assistiu comentou, é que parece que os atores estão na mesma frequência, que não se nota alguém que destoa no grupo. E isso a gente sente em cena também, todos se entregam e entram no baile pra fazer a coisa valendo. A entrega é tamanha que ao final da peça o elenco fica esgotado. É como se toda a energia que eu tivesse fosse gasta ali, naqueles 45min de ação. E acho que deve ser assim mesmo.
Porque gente deve essa entrega máxima a quem saiu de casa para ir nos assistir. É como se fosse um sinal de respeito com o nosso público.

Enfim, Vendetta Corsa é uma peça que traz a beleza das relações humanas, em meio a fragilidade da vida, a revolta e ao ressentimento alheios. É uma peça que fala de morte, mas que tem muita sensibilidade envolvida, também fala de amor, de amizade. E a vida é assim, tem doce e o amargo.

Assim como a morte, que cada um lida e interpreta de uma forma, a peça é entendida por cada expectador de uma maneira. Essas são as minhas impressões, e as tuas? Venham nos assistir no Porto Verão Alegre, de 3 a 5 de fevereiro, no Teatro Bruno Kiefer, da Casa de Cultura Mário Quintana, sempre às 21h! Vai ser um prazer estar com vocês!

Renata Steffens - atriz da peça

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Vendetta Corsa Impressões: Leo Bello

Poesia em meio ao sangue





Fazer a Vendetta Corsa é uma experiência muito emocionante. Trata de interiorizar e exteriorizar os sentimentos mais primitivos em uma peça que, na minha concepção, vem trazer poesia em meio a brutalidade em um paralelo com a realidade em que vivemos.

Todos os dias somos bombardeados com notícias de mortes, assassinatos, guerras e crimes, onde mostra-se o pior lado da humanidade e, em contraponto, temos em nossas vidas a arte, os sentimentos bons, amor, família, amigos.

Em Vendetta Corsa vejo exatamente isso, trazemos em meio a cenas de brutalidade e violência a poesia que se tem na vida. São abordados assuntos como amor, família, sexo, tristeza, felicidade, etc, de forma poética e bonita através dos sentimentos dos personagens que interpretamos.

Em meio a um cenário teatral tão rico em comédias, como é o gaúcho, trazemos este thriller dramático como uma nova opção ao público portoalegrense.

A intenção é mexer com o público, em seu estômago e coração, mas não deixá-lo ir embora sem antes lavar a sua alma em cena.

Te esperamos lá na nova temporada de “Vendetta Corsa – Porque a minha ferida é mortal” no Porto Verão Alegre 2012.


Leo Bello – ator da peça

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03/02, 04/02 e 05/02 - sexta, sábado e domingo
Teatro Bruno Kiefer - Casa de Cultura Mário Quintana - Rua dos Andradas, 736, Centro
21h

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Vendetta Corsa, no PVA 2012


Vendetta Corsa, Porque Minha Ferida é Mortal no Porto Verão Alegre 2012

Teatro Bruno Kiefer - Casa de Cultura Mário Quintana - Rua dos Andradas, 736, Centro

» 03/02, 04/02 e 05/02 - sexta, sábado e domingo

» 21h

Corte pode ser no corpo ou na alma, o que conta é a permanência, a persistência da ferida. O tempo passa, mas ela permanece ali, sangrando em silêncio, sem perdão nem reparação. Nesta peça, a trama gira em torno da investigação de crimes perpetrados pela mesma faca. A magia da lâmina escolhe suas vítimas e seu executor. Uma parábola moderna do papel do homem frente a impossibilidade de controlar seus impulsos mais primitivos.

Ficha técnica:

Texto e direção: Júlio conte
assistência de Direção: Alessandro Peres
Elenco: Gabriela Boesel - Guilherme Barcelos - Gustavo Saul - Ísis Teixeira - Larissa Hoffmeister - Leo Bello Renata Steffens.
Produção: Cômica Cultural

Fotos:Thiago Tavares e Alessandro Peres

Duração: 45 min

Classificação: 14 anos


quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Vendetta no PVA 2012



Como costuma acontecer o verão é tempo de teatro em Porto Alegre. Um movimento da classe teatral que visa uma relação ampla com o público. Nascido de um encontro vários atores e produtores preocupados com os teatros vazio (alguns fechados) durante o verão, entre uma cerveja e um pastel da Lancheria do Parque, criaram o evento que já dura mais de uma década. Zé Victor e Rogério Beretta segue no comando do evento que ano a ano aumenta e expande o espectro de ação do teatro local.
Neste ano, como costuma acontecer, tenho vários espetáculos. A novidade será Vendetta Corsa, trabalho mais recente onde uma misteriosa faca vindo do sul da França age desmesuradamente no corpo da cidade de Porto Alegre, que se apresentará em fevereiro no Teatro Bruno Kiefer da Casa de Cultura Mario Quintana. Mas antes disso, muitos trabalhos. Semana que vem começo com Essa Noite Se Improvisa Nelson Rodrigues. Já com três anos de tradição, este espetáculo cuja encenação é feita com participação da platéia, este ano se dedica ao Centenário de Nelson Rodrigues. Do mesmo modo que no ano passado o escolhido Um Bonde Chamado Desejo de Tennessee Wiliams como mote das improvisações, este ano a tragédia carioca Um Beijo No Asfalto foi a escolhida. Dias 10, 11, 17 e 18 na Sala Álvaro Moreira.
Nos dias, 12, 13, 14 e 15 será a vez do A Milímetros de Mercúrio texto que estreou 2010 e teve participação no Porto Alegre Em Cena.
Bailei na Curva volta em 19, 20, 21, 22 de janeiro no Teatro do Novo DC Navegantes. Em 24,25, 26 será a vez de Pílula de Vatapá. Neste interím mais tem Se Meu Ponto G Falasse, um dos grande sucessos do teatro gaúcho e nacional, provavelmente a peça gaúcha que cumpriu mais temporadas (e mais longos) fora do Rio Grande do Sul. Buenos Aires, São Paulo (um ano em cartaz) e Rio de Janeiro(dois anos em cartaz).
Se não esqueci nada é isso, em dúvida consultem o site de Comica Cultural ou o Porto Verão Alegre.
E que Dioniso nos abençoe!




Julio Conte